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Sexta-feira, 07 de junho de 2019

Quinta edição do Furando Bolhas teve a participação de reitores de outras regiões do País.

Giliane Greff 

Os ataques que a educação tem sofrido nos últimos meses e a luta em defesa do ensino público e de qualidade dominaram os debates, na quinta edição do “Furando Bolhas”, realizado nesta quinta-feira, 6, na UFCSPA. Com o tema “O impacto das universidades públicas para a sociedade”, o evento reuniu o reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Marcelo Fonseca, e o reitor pró tempore da Universidade Integração Latino Americana de Foz do Iguaçu (UNILA), Gustavo Oliveira, além da anfitriã Lucia Pellanda, reitora da UFCSPA.

Pellanda enfatizou a importância de dar visibilidade às ações de pesquisa e extensão. “Muitas pessoas utilizam um serviço público de saúde, por exemplo, e não sabem ou não se dão conta de que isso está totalmente ligado à Universidade.”

Como exemplos, a reitora citou as 31 mil internações e 425 transplantes realizados no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, e as 28 mil internações e 627 transplantes feitos na Santa Casa. Segundo ela, praticamente todos os transplantes do Brasil são feitos por universidades públicas ou hospitais relacionados.  
“A universidade muda a vida das pessoas”, afirmou Pelanda, referindo-se ao “imenso impacto” que estas instituições têm na comunidade, mesmo na vida de quem não estuda e nem trabalha dentro delas. 

Gustavo Oliveira, por sua vez, falou sobre o processo de criação da UNILA, ocorrido há 9 anos, em Foz do Iguaçu. Hoje, a Universidade conta com 29 cursos de graduação, seis mil estudantes brasileiros e estrangeiros, e um registro recente de aumento no ingresso de alunos indígenas e refugiados. 

Para Oliveira, “é um grande equívoco do governo” considerar o estudante universitário “um custo”, na medida em que “as universidades também cumprem um papel social fundamental para a sociedade”. Ele lamenta que, paralelamente à expansão do número de alunos que antes não tinham acesso à universidade no ensino público, o país esteja “vivendo uma grande financeirização da economia”. O passo mais importante agora, na opinião do reitor, é dar visibilidade ao trabalho desenvolvido nas universidades. “Precisamos comunicar mais e melhor tudo o que fazemos”, afirmou. 


O reitor da Universidade Federal do Paraná, Ricaro Marcelo Fonseca, destacou a importância dos programas de extensão, que envolvem a universidade e a comunidade, e propôs uma reflexão: o que vai acontecer com a sociedade se as universidades públicas forem inviabilizadas? 

Ao falar sobre o corte de verbas, enfatizou que a educação vive um momento tenso, de ataque moral e financeiro, o que é motivo de preocupação. Para ele, a grande batalha, hoje, é desfazer as inúmeras difamações e distorções que a universidade tem sofrido.  “Somos o motor de propulsão do conhecimento nesse país e precisamos estar unidos para lutar por isso.”

O evento reuniu docentes, alunos e técnicos, além do reitor da Unipampa, Marco Antonio Hansen, e o 2º tesoureiro da ADUFRGS, Pedro D´Azevedo.
 

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