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Terça-feira, 22 de outubro de 2019

Professor Áttico Inácio Chassot, projeto de Hip Hop na educação e a escola indígena Karai Arandu foram os vencedores.

Por: Daiani Cerezer

Professor da UFRGS e associado da ADUFRGS-Sindical, Áttico Inácio Chassot, foi um dos vencedores do Prêmio Educação RS deste ano, na categoria profissional. Das 70 indicações, os vencedores se destacaram pelo compromisso com a educação de qualidade, com o desenvolvimento da cidadania e com o acesso ao conhecimento, segundo a comissão julgadora.

A entrega do Prêmio Educação RS aconteceu na noite de sexta-feira, 18 de outubro, na sede do Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS). Além da categoria profissional, também houve premiação para projeto e instituição. Os vencedores nessas categorias foram, respectivamente, projeto de Hip Hop na educação e a escola indígena Karai Arandu.

O presidente da ADUFRGS, Lúcio Vieira, lembrou que Chassot se confunde com o símbolo de Química no Rio Grande do Sul. “Aprendemos a não nos sentir só quando pensamos nos ensinamentos do professor Chassot, ou seja, pensamos a Ciência não pela Química, Física ou Matemática, mas porque ela é parte de nós, seres humanos. Portanto, pensamos a Ciência porque queremos nos conhecer, saber como vivemos, como surgimos, como fazemos parte deste Universo. Conhecer a Química não é apenas conhecer os elementos químicos e suas relações, ligações e energia envolvida, mas saber que, ao sermos formados por eles, criamos relações também entre nós. E a sociedade é isso, essa relação social”, afirma.

O diretor da ADUFRGS, Eduardo Silva, também esteve presente na cerimônia.

Os prêmios foram entregues pela diretora do Sinpro/RS, Margot Andras. A professora destacou que “educação é resistência, é luz, é reflexão, é esclarecimento, é alento. E é na escola que podemos transformar, criar espaços, que podemos ousar e ter esperança na dimensão política do termo, de forma justa e democrática.”

Chassot agradeceu a todos pela premiação e lamentou o momento complicado pelo qual a educação brasileira está passando. “Assino embaixo do que disse a minha querida ex-aluna Margot; talvez esse seja o ano mais difícil da minha carreira como professor”, lamenta.  

Saiba mais sobre os vencedores das três categorias

PROFISSIONAL – Áttico Inácio Chassot – Porto Alegre

Professor desde março de 1961, é Licenciado em Química (1965), mestre Educação (1976) e doutor em Ciências Humanas (1994), todos pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E tem pós-doutorado na Universidade Complutense de Madrid (2002). Além de estudante da licenciatura ao doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, foi professor titular (atualmente aposentado) do Instituto de Química da universidade, onde também foi diretor do curso de Química. Foi professor da PUC-RS, da Ulbra, da Fapa, da Unisinos (onde coordenou o Programa de Pós-Graduação Educação), da Unilasalle, da URI de Frederico Westphalen e do IPA. ATTICO INACIO CHASSOT foi professor visitante da Ålborg Universitete, na Dinamarca, e na Universidade de Lanus, na Argentina. Foi orientador em regime de co-tutela na Lyon 2, na França. Enquanto professor já esteve para cursos e/ou palestras em todos estados do Brasil e em alguns países. CHASSOT é autor entre outros de A ciência através dos tempos (1994); Alfabetização científica: questões e desafios para a educação (2000); Educação conSciência (2003); Para que(m) é útil o ensino? (1995); A Ciência é masculina? (2003); Sete escritos sobre Educação e Ciências (2008); Memórias de um professor: hologramas desde um trem misto (2012) e Das disciplinas à Indisciplina (2016). 

PROJETO – HIP HOP nas Escolas – Caxias do Sul

O movimento hip hop é a configuração de forças. MC, DJ, breaking e grafite reunidos afirmam a emergência de caminhos da arte para a o exercício da cidadania. É nesse contexto que o projeto HIP HOP NAS ESCOLAS se apresenta para o desenvolvimento de habilidades e competências dos alunos das redes pública e privada – ensino fundamental e médio de Caxias do Sul. Capitaneado pelo rapper CHIQUINHO DIVILAS — incansável ativista do papel cidadão da arte, o HIP HOP NAS ESCOLAS movimentou cerca de 2,5 mil alunos de sete instituições educacionais neste ano, desenvolvendo o empoderamento e a cidadania, discutindo temáticas a partir da participação nas diversas oficinas que o projeto oferece. HIP HOP NAS ESCOLAS contou com as parcerias do DJ MUZAK, para a oficina Discotecagem Profissional; do B-BOY GEOVANI E GREGORI para a oficina de Dança; do DJ Hodd para a oficina de DJ; do jornalista CARLINHOS SANTOS para a oficina de ‘Conhecimento, falando sobre proatividade’; e do músico e produtor LUCIANO BALEN, do Dua CCOMA para a oficina de Liderança. A produção geral é de Daiane Luza. Também participam do projeto os músicos Rafael, Boni e Rodrigo Morales. O conhecimento, a expressão escrita, as artes plásticas e a dança apreendidas no âmbito do Hip Hop prestam-se como competências para a ampliação da compreensão do mundo.

INSTITUIÇÃO – Escola Estadual Indígena Karai Arandu – Viamão

A Escola Estadual Indígena KARAÍ ARANDU – que significa “sábios” em português – pertence à comunidade da Terra Indígena JATA’ITY, na região do Cantagalo, em Viamão. Cercada por morros e vegetação densa, a comunidade conquistou a demarcação dos 268 hectares de terra indígena nos anos 1980. Reúne 42 famílias. Regulamentada pelo MEC há três anos, a escola KARAÍ ARANDU existe desde 2002 e conta, atualmente, com 135 alunos – educação infantil, ensinos fundamental e médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA); e 3 funcionários e 12 professores. O diretor da escola MARCO SOZO diz que os guaranis mais velhos entendem que as crianças devem estar preparadas para enfrentar a cultura externa. Os estudantes não vêm para serem educados, mas para adquirirem conhecimento. A KARAÍ ARANDU é a maior escola guarani do Rio Grande do Sul e se tornou a primeira escola indígena do Estado a comprar alimentação da própria aldeia. A responsabilidade é destinada às famílias que acessaram o Bloco de Produtor Rural e agora fornecem alimentação escolar através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).