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Quinta-feira, 12 de março de 2020

“Precisamos falar sobre Mulheres nas Artes e na Literatura” é nesta quinta, 12.

Joana Bosak de Figueiredo, historiadora da Arte do Instituto de Artes da UFRGS, é uma das convidadas do “Conversas na ADUFRGS” com o tema “Precisamos falar sobre Mulheres nas Artes e na Literatura”, que acontece nesta quinta, às 16h, no auditório da ADUFRGS. Nesta entrevista ao Portal Adverso, ela faz uma breve análise da presença feminina na produção artística e literária de ontem e de hoje. Confira:

Portal Adverso - Historicamente, quais são as contribuições das mulheres no campo das artes e da literatura? 

Joana - As mulheres existem na história das manifestações estéticas e sensíveis da humanidade desde o início da espécie. O saber e a expressão não são características específicas de gênero ou sexo. Hoje, estuda-se que estatuetas pré-históricas como a chamada Vênus de Willendorf, que teria sido produzida entre 28 e 25 mil anos atrás, e que seria, por exemplo, um auto-retrato: um corpo feminino de uma mulher provavelmente grávida visto de cima, que marca o seu momento de vida através de uma representação escultórica, plástica. A literatura, por sua vez, tem em Safo de Lesbos, no mundo ocidental, a existência de uma literatura produzida por uma mulher entre os séculos VII e VI antes de Cristo. Murasaki Shikibu publicou, em cerca de 1010, um romance na China do período Heian: A Saga de Genji, 500 anos antes, portanto, de Cervantes publicar Don Quixote. Mas essa presença foi apagada até bem pouco tempo atrás.

Portal Adverso - Na tua opinião, quais são as reflexões que devem ser feitas pelas mulheres neste mês de março? 

Joana - As mulheres devem seguir encontrando o seu espaço de luta e sua voz, sua expressão, como qualquer pessoa, seja homem, mulher, trans, e estimulando que as meninas e mulheres jovens façam o mesmo.

Portal Adverso - As mulheres, hoje, ainda sofrem discriminação nessas áreas?

Joana - Penso que o mundo da arte permite que as mulheres sejam mais livres, já que a sensibilidade e a criatividade necessárias a quem trabalha em artes é um valor inalienável. Infelizmente, nem sempre isso existe, mas penso que, a despeito de casos exemplares no mau sentido, como a relação Rodin-Claudel, as mulheres vêm acumulando força para não estarem mais nessa situação. Entretanto, questões como a maternidade, por exemplo, ainda cobram um preço altíssimo em todas as áreas, e nas artes também.

Saiba mais sobre Joana Bosak de Figueiredo 

Professora Adjunta 4 de Teorias, Crítica e Historiografia da Arte, no Bacharelado em História da Arte, na UFRGS. Licenciada e bacharela em História pela UFRGS (1996-97), mestre em História pela UFRGS (2000) e doutora em Estudos de Literatura - Literatura Comparada pela UFRGS (2006), com estágio doutoral na Universitat de Barcelona (2003). 

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