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Quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Coordenados pela professora Dra. Luciane Calil, dois Projetos de Extensão chamam a atenção para a importância do autocuidado

A ADUFRGS-Sindical está engajada na Campanha Outubro Rosa e na luta pela proteção à vida. E para falar um pouco mais sobre esses temas, entrevistamos a Professora Dra. Luciane Noal Calil, professora Associada do Departamento de Análises da Faculdade de Farmácia da UFRGS.

A prevenção e a promoção da saúde da mulher são o foco do trabalho de Luciane, que coordena dois projetos de Extensão da UFRGS relacionados ao assunto: “Saúde da mulher: prevenção do câncer cervical e detecção de agentes microbiológicos do trato genital feminino”, em parceria com a professora Dra. Adelina Mezzari e alunos bolsistas; e “Promoção de educação na adolescência e prevenção de riscos à saúde por meio de Instagram: Projeto Desmistifica”, que conta com uma equipe de cinco integrantes além de Luciane e Adelina: professoras Dras. Renata Pereira Limberger e Miriam Appel, as alunas Jonathaline Apollo  e Luiza Manica Caffarate, a Dra. Graciela Carlos e o psicólogo Nino Cesar Marchi como membro externo.

Para Luciane, o objetivo do Outubro Rosa é chamar a atenção para o olhar da mulher sobre ela mesma. “O Rio Grande do Sul é o estado com o maior número de casos de câncer de mama no Brasil, segundo dados do INCA, 2020. Por isso, a importância de falarmos do autoexame, do autocuidado, de procurar um especialista sempre que identifica um caroço no seio”, esclarece. “Mas vai além, é um alerta também para os riscos da automedicação, da importância de ter a orientação do médico ou mesmo do farmacêutico sobre o uso racional da medicação. É para tudo isso que o Outubro Rosa chama a atenção.”


Promovendo a Saúde da Mulher

O Projeto de Extensão Saúde da Mulher, coordenado por Luciane alia a pesquisa científica à prestação de serviço à comunidade. Consiste na coleta agendada de amostras citológicas cervicais em mulheres da comunidade acadêmica (professores, funcionários, alunos, e familiares ou qualquer outra pessoa da comunidade que se interessar) para análise laboratorial e detecção de agentes microbiológicos do trato vaginal.

Trocando em miúdos, trata-se de um serviço de prevenção e diagnóstico de doenças como câncer do colo de útero, candidíase vulvovaginal e outras infecções vaginais por meio do exame de Papanicolau e exame micológico. Os alunos bolsistas coletam o material no Laboratório de Análises Clínicas e Toxicológicas da Faculdade de Farmácia (que apenas cede o espaço) em dias pré-agendados conforme a disponibilidade dos estudantes. Esse material é passado às professoras, que realizam os respectivos exames no Laboratório Biomicolab. 

Quando o diagnóstico laboratorial resultar positivo para a Candidíase vulvovaginal, por exemplo, este é isolado e seu tipo é identificado. Da mesma forma, se há resultado positivo para outros agentes microbiológicos, este também é analisado e posteriormente devolvido o retorno de todos os resultados para a paciente. “Estamos aliando o ensino à atividade de servir à comunidade”, frisa Luciane Calil, que recomenda o exame preventivo a partir do início das atividades sexuais das mulheres.

Todas as lâminas com o material coletado são identificadas apenas com as iniciais da paciente e a sua idade, para preservar sua identidade. Em um questionário epidemiológico, são colocados os dados que subsidiam a pesquisa, como endereço, grau de escolaridade, se a paciente é fumante ou não. Essas informações darão pistas sobre a maior ou menor incidência das doenças em algumas populações, contribuindo para as ações de prevenção. “Tudo que evolui na Ciência acontece através da pesquisa”, aponta a professora. 

No momento, o serviço de coleta está suspenso em função da suspensão das aulas presenciais na UFRGS. Segundo Luciane, assim que as aulas presenciais forem retomadas, o trabalho terá continuidade e serão divulgados os horários de coleta no Laboratório.

Desmistificando o câncer

Com foco na Campanha Outubro Rosa ao longo deste mês, o Projeto Desmistifica, coordenado por Luciane, vem publicando informações que visam desmistificar temas difíceis, como o câncer, a depressão, o alcoolismo, o uso de drogas, a prevenção de micoses e autoestima, etc. Os “posts” de Outubro trazem dados sobre a incidência do câncer de mama e informações sobre o autoexame e fontes de pesquisa. “Estamos aproveitando o Outubro Rosa para promover a ideia do autocuidado, de que para ajudar ao próximo, a pessoa precisa estar bem também”, explica.

“O Desmistifica surgiu por ideia de uma aluna (a aluna de Doutorado Jonathaline Apollo). No início da pandemia da COVID-19 ela percebeu que vários problemas se relacionavam ao isolamento social, como o aumento do consumo de álcool e outras drogas. Como ela já me conhecia pelo projeto Saúde da Mulher, me procurou para desenvolver esse outro projeto, que chamou Desmistifica porque tem o objetivo de desmistificar o que é pré-concebido”, conta a professora.

O foco do perfil no Instagram são os jovens, principalmente as meninas adolescentes, que estão iniciando sua vida sexual. A ideia é despertar nelas a consciência sobre a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis; entre elas, o Papilomavírus Humano (HPV), relacionado à muitos casos de câncer cervical. Contudo, já se abordou sobre o idoso e seus direitos, o bem-estar das crianças e a importância da Ciência. 

Siga o perfil do Desmistifica no Instagram: https://www.instagram.com/_desmistifica/