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Sábado, 20 de agosto de 2016

Maria Luiza Ambros von Holleben, ex-presidente da ADUFRGS-Sindical 

Depois de 10 anos de ter ingressado na vida sindical, a professora aposentada Maria Luiza Ambros von Holleben deixa a presidência da ADUFRGS-Sindical como importante protagonista das grandes transformações que entidade passou na última década. Seu nome estará para sempre associado a realizações que já fazem parte da história do Sindicato, e que abrangem três pilares vitais da atuação sindical: a democracia, a representação e o acolhimento. 

Em duas gestões como presidente (de 2011 a 2016), a professora Maria Luiza coordenou o processo que consagrou o voto eletrônico como instrumento democrático de participação dos associados, a ampliação da base de representação da ADUFRGS e a construção de uma nova sede, ampla e moderna, para a categoria.

Antes de assumir a Presidência, a professora Maria Luiza ocupou os cargos de 2ª secretária (2006 a 2008) e 2ª vice-presidente (2009 a 2011). A Revista Adverso conversou com a ex-presidente da ADUFRGS-Sindical, que agradeceu o apoio dos colegas e disse que deixa a diretoria com a sensação de dever cumprido. 

Adverso - Qual a avaliação que a senhora faz destes cinco anos à frente do Sindicato? 

Maria Luiza - Pelas propostas que tínhamos quando assumimos, e o trabalho que conseguimos realizar, considero o saldo satisfatório. Estou tranquila em ter cumprido as principais metas. Nestas duas gestões, em que a maior parte da diretoria foi a mesma, muitas mudanças aconteceram. Tivemos a alteração da estrutura administrativa dos funcionários, duas alterações estatutárias, a introdução de deliberação eletrônica em assembleias, que exijam quórum qualificado, uma grande expansão da base territorial, a construção da nova sede e uma constante relação de comunicação e consulta aos filiados. Foi um período muito intenso, marcado pela estruturação da carreira, que ainda está em andamento, mas que já resultou em dois acordos com o governo. Tivemos, e vamos continuar tendo, um importante papel norteador junto à nossa federação, o PROIFES. E com o programa “ADUFRGS vai até você” estreitamos e personalizamos o contato com os professores. Em uma ampla consulta eletrônica, definimos a posição dos professores sobre a eleição para reitor e, a partir dela, o PROIFES-Federação elaborou um projeto de lei que concede mais autonomia na decisão sobre proporcionalidade dos votos entre professores, técnicos-administrativos e alunos. Realizamos, em parceria com o ILEA, o ciclo de palestras Universidade do Futuro, que trouxe muitas autoridades acadêmicas nacionais e internacionais. 

Adverso - Na entrevista ao programa ADUFRGS no ar, a senhora disse que o sindicato cresceu como categoria, com sentimento de categoria, durante sua gestão. Isso aconteceu por quais razões? 

Maria Luiza - Acreditamos que este sentimento foi estimulado pela nossa política de respeito à opinião do professor. Informamos os fatos e ele julga. E a decisão, que passou a ser tomada por meio de consulta eletrônica, sempre é respeitada. É uma via de mão dupla, em que o professor e a diretoria respeitam a decisão da maioria. Outro fator que deve ter contribuído é a relação pessoal que procuramos estabelecer com o filiado, indo ao seu local de trabalho, organizando eventos sociais e respondendo às sugestões e críticas enviadas através do nosso canal de comunicação, o ADUFRGS Comunica.

"A ADUFRGS-Sindical pode e deve crescer mais, e isto, provavelmente, vai acontecer nos próximos anos, mas a inclusão de novos municípios, sem dúvida, é um grande legado político desta gestão."

Adverso - Qual foi o maior desafio da sua gestão?

Maria Luiza - O maior desafio foi nos manter fiéis à promessa de fazer uma gestão apartidária, isenta de apoiar ou acusar este ou aquele governo, e de buscar a negociação com este ou aquele governo. A diretoria enfrentou esta situação com a convicção de que a fidelidade ao nosso compromisso com os professores estava acima de tudo.

Adverso - A expansão do Sindicato para mais 11 cidades gaúchas foi uma reivindicação dos professores dos institutos federais do interior do Estado. Na prática, a alteração no estatuto permite que a ADUFRGS-Sindical cresça ainda mais. Esse foi o principal legado da sua gestão?

Maria Luiza - A ADUFRGS-Sindical pode e deve crescer mais, e isto, provavelmente, vai acontecer nos próximos anos, mas a inclusão de novos municípios, sem dúvida, é um grande legado político desta gestão. 

Adverso - Além da expansão do Sindicato, a senhora entrega a ADUFRGS com uma nova sede. O que essa conquista pode representar para o futuro da entidade?

Maria Luiza - Mais conforto e mais espaço para atender as demandas dos atuais e futuros filiados. Além disto, é um prédio que poderá acomodar mais salas, caso isso se torne necessário.

Adverso - Quais lições e aprendizagens irão ficar para a sua vida da experiência de presidir o Sindicato?
    
Maria Luiza - A importância do trabalho em grupo com uma equipe competente e a confirmação que paciência, tolerância, honestidade em nossos propósitos e persistência são fundamentais para manter a união e a vontade de produzir. 

Adverso - E agora, como será a sua participação no movimento sindical dos professores?

Maria Luiza - Retorno à base. Apoiando o nosso movimento e a diretoria, que agora assume. Aproveito para deixar aos meus colegas professores o meu profundo agradecimento pelo apoio, compreensão e respeito que me foi concedido. Muito obrigada.

 

Foto: Daiani Cerezer
Texto: Araldo Neto
ADverso/Edição 221 - Julho/Agosto - 2016