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Quarta-feira, 08 de maio de 2019

Ação dos estudantes tem como razão o corte de 30% nas verbas para as universidades e institutos federais.

Por: Daiani Cerezer

A Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul vai receber, no próximo dia 15 de maio, o evento “Eu defendo a UFRGS”, que é promovido pela União Nacional dos Estudantes e o conjunto do movimento educacional. Os estudantes estão denunciando as medidas do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que têm anunciado uma série de ataques à educação no Brasil, entre elas: o corte de 30% no orçamento das universidades federais, os cortes no Plano Nacional de Assistência Estudantil, e os ataques à política de cotas, ao mesmo tempo em que atacam as ciências humanas e chamam as universidades públicas de “balbúrdia”. 

Para os estudantes, Bolsonaro é inimigo da educação. Segundo a página do evento no Facebook, a UFRGS sente os impactos destes ataques nos cortes ao auxílio para material didático e na assistência estudantil. Há uma batalha pela resolução urgente da matrícula de estudantes cotistas que aguardam há mais de um ano pela homologação de sua vaga ou sofrem com indeferimentos arbitrários. Os estudantes não aceitarão a precarização da UFRGS e das universidades públicas. É com esse objetivo que o Diretório Central dos Estudantes (DCE) está convocando a comunidade acadêmica para dizer um basta ao governo, exigindo que a universidade seja pública, gratuita e de qualidade.

De acordo com a presidente do DCE UFRGS, Gabriela Silveira, os estudantes estão indignados com os ataques à educação pública protagonizados pelo governo federal. Ela lembra que graças às universidades públicas e aos institutos federais é produzido conhecimento e desenvolvimento no Brasil. “Cerca de 95% da ciência e da pesquisa produzida no país vêm das universidades públicas. É a universidade pública que forma os profissionais que vão atuar e pensar o nosso país no futuro. Aqui, produzimos não só o presente, mas o futuro do Brasil”, enfatiza.

Gabriela lembra que as universidades passaram por um grande processo de democratização nos últimos anos e que, com isso, há um contingente expressivo de estudantes cotistas que sofrerão os impactos da política de cortes nas universidades. “O sentimento é de indignação entre os estudantes com esses cortes. Também há o sentimento que isso faz parte de um projeto de desmonte da educação e que o governo federal coloca a universidade pública como inimiga do desenvolvimento do país”, afirma. A representante dos estudantes destaca ainda que o diretório faz um trabalho de engajamento das pessoas dentro da universidade.  “No geral, as pessoas estão muito mobilizadas e querendo realizar ações, porque já sentiram que esses 30% de corte nas verbas vão atingir diretamente as universidades e fazer com que ela, talvez, pare de funcionar. Temos feito um trabalho de mobilização amplo, passando nas salas de aula e dialogando. Em resposta, estamos encontrando um grupo muito grande de estudantes querendo se mobilizar contra os cortes, em defesa da universidade pública e da UFRGS”, informa. 

Nesta quarta-feira, dia 8, acontece uma plenária unificada entre o DCE UFRGS, DCE UFCSPA, ADUFRGS e demais entidades representativas para a construção das mobilizações do dia 15 de maio. O encontro vai ocorrer às 18 horas no Prédio Branco da UFRGS, no Campus Centro. 

Confira a agenda de mobilização nacional em defesa da educação pública, gratuita e qualificada que está sendo divulgada pelos estudantes

Dia 8

Cidadania em debate: representantes estudantis, lideranças institucionais, sindicais e acadêmicas chamam todos para ato coletivo dentro das suas instituições de ensino (auditório, ginásio, pátio...) e promovem discussões e debates em defesa da educação.

Dia 9

Parando o trânsito: no final da manhã e no final da tarde, todos para frente da sua instituição paralisam a via por 5 minutos a cada 10 minutos.

Dia 10

Convidando a sociedade: nas redes sociais, pessoalmente, por telefone, e-mail, faixas, como for possível, convidar familiares, amigos, conhecidos, ex-alunos, servidores, para aderirem à defesa da educação e exigir que o governo reestabeleça o orçamento previsto para as universidades, IFs e Fundeb.  Manifestação massiva nas redes sociais.

Dias 11 e 12

Grande manifestação nas redes sociais divulgando dados da educação e convidando a sociedade para a paralisação no dia 15 e para o ato de exposição das práticas das produções dos IFs e UFs no dia 13.

Dia 13

O que se faz: levar projetos, produções, publicações e banners do que é realizado nas instituições públicas de ensino para a praça pública. Abordar os passantes e expor, apresentar e dialogar para conscientização desmistificando os ataques.

Dia 14

Preparar a luta: organização interna para a paralisação no dia 15. Todas as instituições públicas (e também privadas que queiram aderir) devem dialogar e unir forças na estratégia para a paralisação conforme a realidade de cada cidade. 

Dia 15

Paralisação Nacional: todos devem se encontrar no mesmo local na cidade e promover a manifestação pública exigindo que o governo reverta o corte orçamentário na educação.