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Segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Tema abordou “Décadas de lutas e conquistas sociais e políticas em xeque: o golpe, a pandemia e os retrocessos na agenda brasileira”

Tema abordou “Décadas de lutas e conquistas sociais e políticas em xeque: o golpe, a pandemia e os retrocessos na agenda brasileira”

Eixo I (7)

Na noite de segunda-feira, 9, a ADUFRGS-Sindical integrante da Coordenação Colegiada que organiza a etapa estadual da Conferência Nacional Popular de Educação (CONAPE) 2022, realizou junto com demais entidades, instituições e movimentos sociais a última atividade do calendário de pré-lançamento da CONAPE 2022 no Estado. O sindicato é representado pela professora Sônia Mara Ogiba, diretora de comunicação, integrante da Coordenação Executiva Nacional da CONAPE 2022, junto ao FNPE, e da Coordenação Colegiada da etapa estadual da Conferência (CONEPE-RS). Esteve em debate o Eixo I “Décadas de lutas e conquistas sociais e políticas em xeque: o golpe, a pandemia e os retrocessos na agenda brasileira”.

Apresentação cultural

O evento virtual transmitido ao vivo pelo Canal CONEPE-RS no YouTube iniciou com a exibição do vídeo em homenagem ao Centenário de Paulo Freire “Carta aos Professores”.

A live foi conduzida por Aline Cunha da FACED/UFRGS, Nicolas Alcântara do Comitê Popular Estadual de Acompanhamento da Crise Educacional, Flávia Gonzales professora da rede pública de ensino e Clarissa D´Ávila Nogueira da Federação Gaúcha das Uniões de Associação de Moradores e Entidades Comunitárias (FEGAMEC), ambos/as da Coordenação Colegiada da CONAPE-RS e participantes do Grupo de trabalho do Eixo 1.

Eixo I (2)

A presidenta da União Nacional dos Estudantes, Bruna Brelaz, fez a abertura do debate. “Como representante dos estudantes nesse momento crítico que vivemos, digo a vocês que não há Brasil que se salve sem acesso à educação e sem investimento”, reforçou.

Bruna mencionou sobre a Semana de Luta dos Estudantes em defesa da democracia e contra a privatização dos serviços públicos, tendo em vista o Dia do Estudante, celebrado em 11 de agosto. “Temos que ir às ruas para dar um basta no projeto negacionista e excludente do governo Bolsonaro, que permitiu a morte de mais de 500 mil vítimas de Covid-19”, denunciou. “Vamos lutar para combater o desemprego, a insegurança alimentar, a falta de investimentos na educação e exigir do governo bolsas de estudo para garantir a permanência dos estudantes nas universidades”, enfatizou.

Segundo a presidenta da UNE, a campanha “Fora Bolsonaro” é o caminho para recuperar a democracia e a dignidade da população brasileira. “O ministro da Educação não propôs nenhum plano emergencial para o ensino durante a pandemia, apenas fortaleceu o processo de elitização e desmonte da educação”, protestou. “Precisamos proteger a democracia, a educação, o acesso ao ensino superior, lutar por comida e trabalho”, finalizou.

Eixo temático I

O Eixo I foi discutido pelos convidados/as a professora Cheron Moretti, da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), e Daniel Bruno Momoli, professor da Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR) Campus Curitiba II.

Eixo I (3)

Cheron Moretti começou sua explanação contextualizando a atual conjuntura brasileira. “Como podemos alcançar a soberania alimentar se vivemos em uma época de insegurança alimentar que gera mais fome e mais desigualdades sociais com a falta de emprego e oportunidades de trabalho?”, refletiu.

De acordo com a professora, o Brasil passa por uma convergência de crises de representação política e social, ambiental e climática, alimentar e sanitária. “Essa expansão da crise aumenta a incerteza em relação ao futuro”, avaliou. “Os governos atuais partidários, racistas, elitistas e LGBTfóbicos não querem a manutenção das políticas sociais. São conservadores, de direita, negam a ciência, criminalizam os movimentos sociais e ainda encontram apoio em alguns setores humildes da sociedade”, salientou.

Cheron também criticou as privatizações. “A água é um bem natural público fundamental para o enfrentamento da pandemia e ainda sobre ameaça de privatização”, observou. “Para o atual governo, as vidas periféricas não importam. Precisamos debater amplamente como enfrentar essa situação. A defesa da vida, da democracia, dos direitos sociais, da educação pública, gratuita e laica é um desafio para a CONAPE 2022”, finalizou.

Eixo I (4)

Para Daniel Momoli, a educação é um direito social e um dever do estado. “Nossa luta é pela retomada do estado democrático de direito e pelo Fora Bolsonaro”, reforçou. “Em 2010, vivemos um processo pleno de afirmação do direito à educação e hoje temos esse retrocesso por conta do governo atual”, analisou. “Entre 2003 e 2015 conseguimos reduzir significativamente a taxa de analfabetização no Brasil com nossa política educacional”, comentou.

O professor falou sobre as consequências da desestruturação do Ministério da Educação e Cultura no governo Bolsonaro. “Não temos nenhum pacto emergencial capaz de superar a pandemia e garantir investimentos para a educação pública. Muito pelo contrário, o governo acelerou o processo de privatização do ensino com a utilização das plataformas digitais”, criticou.

Daniel enfatizou que “a educação e a cultura andam juntas para combater as desigualdades sociais”. “A educação é um direito humano, que proporciona justiça social. Precisamos de investimento estudantil para garantir a permanência dos estudantes nas universidades”, destacou. “A escola pública é um território de afirmação de direitos sociais. É urgente retirar um governo que prioriza o privado em detrimento do público. O direito à vida somente será assegurado se as instituições públicas estiveram fortalecidas”, concluiu.

 

 

Temas livres

Depois da discussão do Eixo I feita pelos professores/as convidados, foi aberta a participação dos integrantes de entidades ligadas à educação, movimentos sociais, sindicais e público em geral, que fizeram questionamentos e comentários no chat do YouTube. As contribuições foram levadas à mesa para o debate do Eixo I.

Veja alguns dos comentários no chat do YouTube durante o pré-lançamento            

Sonia Mara Moreira Ogiba – ​Grande alegria em contarmos com a Bruna Brelaz, que assumiu a presidência da UNE. Bem-vinda Bruna!

Sonia Mara Moreira Ogiba – ​Sim, são tempos mais duros estimada Cheron, mas talvez essa hegemonia do fascismo por aqui está entrando em crise… Vamos apostar! Vamos Esperançar!

Cheron Moretti – ​@Sonia Mara Moreira Ogiba sempre! a aposta é que mantém o futuro aberto para a gente! Muito obrigada pelo convite, comentários e o excelente diálogo!

Maria Luiza Rodrigues Flores – ​Elisabete, este PL 170 é totalmente contrário ao direito à educação! #NãoaoPL170!

Fernanda Paulo – Excelente fala, amiga Cheron!

Sônia Solange dos Santos Viana – ​Não só às educadoras, mas às mães trabalhadoras, cujo filh@s precisam de educação de qualidade, com investimentos na estrutura das escolas, nos projetos educacionais e na valorização d@s educador@s!!

Júlia Flôres – Sempre muito enriquecedor ouvir o Daniel Momoli.

Fabiane Teixeira – ​Tivemos muitas conquistas na educação, mas atualmente com esse governo que não tem a educação como prioridade, entramos em um retrocesso. Muito preocupante.

Nei Sena – ​Para vislumbrar uma Educação Democrática e a busca de novo Projeto ao País, é fundamental que se resgate a GESTÃO DEMOCRÁTICA, com Auton9mia Pedagógica, Administrativa e Financeira.

Assista aqui a live

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