“A classe trabalhadora é a nossa agenda. a nossa luta permanente, histórica e diária”, avisa o dirigente sindical.
Ao transferir as atribuições do registro sindical para o Ministério da Justiça e Segurança Pública, pasta criada para o ex-juiz Sérgio Moro, os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros enfrentam mais um retrocesso, que remonta os anos 1930.
Com essa medida já oficializada, o País volta ao passado, ao período anterior à promulgação da CLT, em 1931, quando as questões sociais e trabalhistas eram tratadas pelo governo federal como “caso” de polícia e não como um direito da classe trabalhadora de se organizar livre e democraticamente.
É um retrocesso que vem na esteira da absurda e desrespeitosa extinção do Ministério do Trabalho. O fim da pasta impõe aos trabalhadores(as) a perda de um instrumento histórico de interlocução e de debate de políticas públicas dentro do Executivo Federal.
Os pronunciamentos à mídia do presidente recém-empossado apontam para mais retrocessos, como a extinção da Justiça do Trabalho (não explicada nem detalhada), porque Bolsonaro diz achar que “no Brasil há excesso de proteção ao trabalhador”, que “a mão de obra no Brasil é muito cara” e que “isso deve ser mudado por prejudicar o empregador”.
Mas se os trabalhadores e as trabalhadoras não estão na agenda do novo ocupante do Palácio do Planalto, saibam que a classe trabalhadora é a nossa agenda, a nossa pauta, a nossa luta permanente, histórica e diária.
Vagner Freitas de Moraes – presidente da CUT