Projeto da UFCSPA alerta a população sobre fatores de risco e métodos de prevenção do câncer de colo do útero.
Por: Daiani Cerezer
Engajado na campanha do Outubro Rosa, o Portal Adverso inicia hoje uma série de matérias sobre a importância de conscientizar e alertar as mulheres a respeito da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e de colo do útero. Para lançar a série, entrevistamos a bióloga Claudia Bica, que coordena o projeto “Mulheres em Ação” na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).
O projeto une ensino, pesquisa e extensão, com foco na saúde da mulher. O objetivo é promover a qualidade de vida e a prevenção de doenças. A atuação ultrapassa o estado do Rio Grande do Sul e atinge, também, comunidades do Amazonas.
A professora explica que o “Mulheres em Ação” nasceu da preocupação com os alunos de mestrado e doutorado que aplicam os termos de consentimento com as pacientes nos ambulatórios. “Eles ouvem muitas histórias e se sensibilizam com elas, oportunizando um diálogo entre as mulheres e pesquisadores. A gente fala com elas sobre prevenção para que não precisem chegar aos ambulatórios do hospital”, conta.
Pesquisa e extensão
Claudia lembra que, “quando tínhamos fomento à pesquisa, íamos com os nossos estudantes para a região da Amazônia conscientizar as mulheres para os exames de prevenção e coletávamos material para pesquisa, ou seja, era uma troca que fazíamos para entender que vírus circulava naquela região. Através dessas ações, fazíamos prevenção e promoção de saúde, falando da importância dos exames preventivos e oferecendo-os a essas mulheres, com o diagnóstico.”
Portanto, no eixo da pesquisa, as ações nas comunidades contribuem para estudos sobre o perfil do conhecimento da população, frente aos métodos de prevenção e detecção do câncer do colo do útero, gerando publicações futuras, promovendo qualidade de vida e melhoria da saúde da população. Em relação à saúde da mulher, o câncer de colo do útero, apesar de ser uma das neoplasias passíveis de prevenção, ainda figura entre os tumores mais frequentes.
“Nas ações de extensão, o projeto leva o conhecimento da universidade para qualquer lugar, como rodas de conversa, clubes de mães, grupos de mulheres da terceira idade, de pais, de adolescentes”, esclarece a bióloga.
Ensino
É por meio do ensino, com a disciplina Aspectos Multidisciplinares do Câncer, que esse conhecimento sai da universidade e é levado para a sociedade pelos alunos. “As nossas ações abrangem não só Porto Alegre, mas Capão da Canoa, Alvorada, Santo Ângelo e, inclusive, as cidades de Manaus e Maués, no Estado do Amazonas. O projeto vai até onde os recursos suportam,” explica Claudia, destacando que na Região Norte do País, o câncer de colo de útero é a primeira causa de mortalidade nas mulheres.
Os alunos de diversas áreas da saúde têm a oportunidade de aprofundar o conhecimento frente à importância da prevenção e das etapas que envolvem a coleta, diagnóstico e tratamento desta neoplasia, integralizando o conhecimento e vivenciando um espaço de aprendizagem interdisciplinar e multiprofissional. A partir daí, os alunos estão aptos a desenvolver as atividades de extensão, juntamente com os demais colaboradores do projeto.
Estas atividades incluem a reciclagem das equipes de atenção primária à saúde e multiplicadores, sobre aspectos que envolvem a qualidade da coleta ginecológica, além de palestras para mulheres e adolescentes da comunidade, esclarecendo a importância do diagnóstico precoce e tratamento da doença.
Na avaliação de Claudia, o Outubro Rosa é fundamental e vai além da prevenção do câncer, chamando a atenção da mulher para que ela se conheça, procurando conhecimento sobre o seu corpo e os sinais que ele dá. “Quanto mais a mulher se conhecer, mais saúde ela terá e mais ajuda precoce ela pode ter numa unidade de saúde, por exemplo. O Outubro Rosa é uma parada para a mulher se olhar por dentro e por fora buscando qualidade de vida e, assim cuidando da sua saúde, se conhecendo”, conclui.