O professor aposentado Renato Oliveira, mediador do debate, contextualiza a importância do tema com a Reforma Universitária de 1969/70
No próximo dia 2, às 15h30, o Núcleo de Multiatividades da ADUFRGS-Sindical promove mais um Encontro com aposentados, desta vez, com o tema “A Universidade e a Questão Social: Uma Experiência Vivida”. A live transmitida ao vivo pelo Youtube e Facebook do Sindicato terá como palestrante a professora aposentada Carmem Maria Craidy, da Faculdade de Educação da UFRGS. O debate conta com a mediação do professor aposentado Renato Oliveira.
Para explicar a importância do tema da live, o professor e sociólogo Renato Oliveira cita a história do desenvolvimento das universidades no Brasil. “No período anterior à Reforma Universitária de 1969/70 as universidades brasileiras, então majoritariamente públicas, eram poucas e elitistas. No entanto, seu envolvimento vivo com a Cultura fez com que elas questionassem de forma cada vez mais radical o sistema social do qual elas surgiram e, em tese, deveriam reproduzir. A reação promovida pela Reforma transformou-as em instituições burocráticas dedicadas prioritariamente a dar suporte tecnológico a projetos estatais ideologicamente motivados pela ideia do "Brasil Potência". A questão social ficou reduzida a um apêndice da instituição, manifestamente de menor status, conhecida como "extensão", enquanto as universidades privadas, que iniciaram ali sua expansão exponencial, ficou delegada a responsabilidade a imensa e crescente demanda por ensino superior”, elucidou.
Conforme Renato Oliveira, a crise desse modelo ainda não gerou alternativas. “As universidades públicas recusam-se, através das manifestações majoritárias das respectivas comunidades, a repensar o modelo institucional imposto pela Reforma da ditadura, como se esse modelo fosse sinônimo de "universidade pública". A replicação desse modelo através da abertura de novas universidades nos anos recentes não supera suas disfuncionalidades básicas. Assim, o envolvimento vivo com a Cultura, que caracterizou o ambiente universitário dos anos 1960, parece perdido para sempre, enquanto aprofunda-se a ideia, fomentada pela quase inacreditável expansão das empresas privadas de prestação de serviços educacionais, de que a universidade é um recurso a mais, incerto é bem verdade, à mão dos "batalhadores", essa difusa categoria social que ocupou o mundo do trabalho, cerne da questão social brasileira”, finalizou.
O professor aposentado da UFRGS, Renato Oliveira, possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1978) e doutorado em Sociologia - Ecole des Hautes Études en Sciences Sociales (1993), com estágio pós-doutoral na Universidade Aberta da Catalunha, Barcelona, Espanha (2005-2006). Ele foi presidente da ADUFRGS na gestão (1994-1996 e 1996-1998)
A professora Carmem Maria Craidy é professora emérita da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, graduada em Pedagogia pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (1964), mestre em Sciences de L`éducation – Université Paris Descartes (1972) e doutora em Educação pela UFRGS (1996).
Serviço:
O que: Encontro com aposentados da ADUFRGS-Sindical
Quando: 2 de junho
Horário: 15h30
Onde: Transmissão ao vivo pelo Youtube e Facebook do Sindicato.
https://www.facebook.com/AdufrgsSindical
https://www.youtube.com/channel/UCpI7LQ8XJFX0PQhzb6fJt6Q
No próximo dia 2, às 15h30, o Núcleo de Multiatividades da ADUFRGS-Sindical promove mais um Encontro com aposentados, desta vez, com o tema “A Universidade e a Questão Social: Uma Experiência Vivida”. A live transmitida ao vivo pelo Youtube e Facebook do Sindicato terá como palestrante a professora aposentada Carmem Maria Craidy, da Faculdade de Educação da UFRGS. O debate conta com a mediação do professor aposentado Renato Oliveira.
Para explicar a importância do tema da live, o professor e sociólogo Renato Oliveira cita a história do desenvolvimento das universidades no Brasil. “No período anterior à Reforma Universitária de 1969/70 as universidades brasileiras, então majoritariamente públicas, eram poucas e elitistas. No entanto, seu envolvimento vivo com a Cultura fez com que elas questionassem de forma cada vez mais radical o sistema social do qual elas surgiram e, em tese, deveriam reproduzir. A reação promovida pela Reforma transformou-as em instituições burocráticas dedicadas prioritariamente a dar suporte tecnológico a projetos estatais ideologicamente motivados pela ideia do "Brasil Potência". A questão social ficou reduzida a um apêndice da instituição, manifestamente de menor status, conhecida como "extensão", enquanto as universidades privadas, que iniciaram ali sua expansão exponencial, ficou delegada a responsabilidade a imensa e crescente demanda por ensino superior”, elucidou.
Conforme Renato Oliveira, a crise desse modelo ainda não gerou alternativas. “As universidades públicas recusam-se, através das manifestações majoritárias das respectivas comunidades, a repensar o modelo institucional imposto pela Reforma da ditadura, como se esse modelo fosse sinônimo de "universidade pública". A replicação desse modelo através da abertura de novas universidades nos anos recentes não supera suas disfuncionalidades básicas. Assim, o envolvimento vivo com a Cultura, que caracterizou o ambiente universitário dos anos 1960, parece perdido para sempre, enquanto aprofunda-se a ideia, fomentada pela quase inacreditável expansão das empresas privadas de prestação de serviços educacionais, de que a universidade é um recurso a mais, incerto é bem verdade, à mão dos "batalhadores", essa difusa categoria social que ocupou o mundo do trabalho, cerne da questão social brasileira”, finalizou.
O professor aposentado da UFRGS, Renato Oliveira, possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1978) e doutorado em Sociologia - Ecole des Hautes Études en Sciences Sociales (1993), com estágio pós-doutoral na Universidade Aberta da Catalunha, Barcelona, Espanha (2005-2006). Ele foi presidente da ADUFRGS na gestão (1994-1996 e 1996-1998)
A professora Carmem Maria Craidy é professora emérita da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, graduada em Pedagogia pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (1964), mestre em Sciences de L`éducation – Université Paris Descartes (1972) e doutora em Educação pela UFRGS (1996).
Serviço:
O que: Encontro com aposentados da ADUFRGS-Sindical
Quando: 2 de junho
Horário: 15h30
Onde: Transmissão ao vivo pelo Youtube e Facebook do Sindicato.