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Segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Café democrático em defesa da liberdade de expressão é realizado em diversas escolas da capital.

Texto e fotos: Giliane Greff

Com café, bolo e chimarrão, dezenas de pais se reuniram, na manhã desta segunda-feira, dia 18, na Praça São Sebastião, em frente ao Colégio Rosário. A atividade, que marcou o início do ano letivo, foi promovida pela Associação Mães e Pais pela Democracia, simultaneamente, em outras 29 escolas da capital. O objetivo do Café Democrático foi “promover o diálogo com os pais e a sociedade, em busca de uma educação libertadora”, segundo a presidente da Associação, Aline Kerber.

Paulo Goulart foi um dos pais que participou do café. Professor de Educação Física, ele acredita que esse é o momento de pais e filhos se unirem na luta contra o projeto Escola sem Partido, e a favor da democracia dentro das escolas.

Patrícia Rath tomou conhecimento do evento nas redes sociais e decidiu participar. Como mãe, ela acompanhou uma situação específica de falta de liberdade na escola do filho, quando alguns pais questionaram o conteúdo de um livro que relatava a história de uma aluna vítima de abuso. “Achei uma situação descabida, pois são temas da realidade, que os estudantes precisam tomar conhecimento. Estamos vendo muitos pais querendo limitar o pensamento, a forma de pensar do professor. Isso acaba virando censura e não contribuiu com nada.”

História

A Associação Mães e Pais pela Democracia surgiu logo após as eleições, em outubro do ano passado. No dia seguinte ao pleito, um grupo de alunos do Colégio Rosário, vestindo preto e exibindo faixas e bandeiras com as cores do movimento LGBT, protestou contra posições assumidas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, consideradas discriminatórias. Foi a partir desse momento que os pais decidiram que era hora de se unir aos filhos e formar um grupo de resistência.

Para a presidente Aline Kerber, é necessário pensar a favor da educação. “Hoje temos um projeto que é a vanguarda do atraso chamado Escola sem Partido, que quer coibir a liberdade do professor em sala de aula, e não é esse o caminho. Acreditamos que é na pluralidade que se tem uma formação cidadã e transformadora dessa realidade.”

A Associação já conta com cerca de 5 mil simpatizantes nas redes sociais e o número de adesões não para de crescer. O grupo também pretende se envolver em outras atividades, como a participação nas mobilizações do Dia Internacional de Luta das Mulheres, organizadas pelo Fórum contra a Intolerância, e também nas comissões contra o projeto Escola sem Partido, nas Frentes Parlamentares contra a Violência e na defesa da liberdade de expressão nas escolas.

“Queremos sair do debate ideológico, e partir para ações concretas, que ajudem a melhorar a relação entre aluno e professor”, explica Aline.

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