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Quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Evento virtual do PROIFES-Federação reuniu por quatro dias mais de 160 participantes de todas as regiões

A ADUFRGS-Sindical encerrou no final de semana sua participação no XVI Encontro Nacional do PROIFES-Federação, este ano, realizado de forma virtual entre 4 e 7 de novembro. Durante o encontro, mais de 160 pessoas, entre delegados, observadores e convidados, debateram cinco eixos temáticos que vão definir a atuação da Federação no próximo período. A ADUFRGS levou 16 delegados.

ADUFRGS no XVI Encontro

O presidente da ADUFRGS, Lúcio Vieira, aponta que, este ano, mesmo com a pandemia, “a ADUFRGS teve uma presença marcante”. Primeiro, destaca, no processo de escolha dos delegados. “Tivemos a segunda maior votação da história e isso é extremamente importante, principalmente, neste momento de pandemia, que dificulta a integração dos professores”. Além disso, aponta, o sindicato, na pessoa do diretor Eduardo Rolim, coordenou o eixo sobre a organização do movimento sindical e a expansão da Federação, e Lúcio coordenou a primeira mesa sobre a conjuntura nacional. ”Além da participação dos delegados e observadores contribuindo para a aprimorar esse documento”.

Saiba como foi a participação da ADUFRGS no Encontro

Debate nacional

Lúcio também pontuou que, este ano, o encontro nacional teve uma marca especial. “Ele foi produto de um grande debate nacional acerca da oportunidade de fazer um encontro não presencial, mesmo com a pandemia, porque o momento exige uma prontidão do movimento sindical para o enfrentamento dos desafios”. Lúcio se refere aos encontros regionais que precederam o nacional, nos quais cada eixo foi debatido pelos sindicatos federados.  Os sindicatos federados se debruçaram sobre os cinco temas para oferecer aos professores do Brasil um documento final a ser debatido e consolidado no Encontro Nacional.Para Lúcio, o encontro foi excelente e gerou ótimas proposições que ajudam o movimento sindical a avançar. Para o presidente da ADUFRGS, uma das marcas deste ano, foi “a necessidade de reforçar a ideia de um novo sindicalismo pautado pela democracia e o respeito a posições divergentes”. Além disso, destacou, “reafirmamos a defesa do Estado nacional, da democracia como valor universal e da necessidade de ganhar a narrativa que o serviço público é essencial para garantir a democracia e o acesso a direitos como Saúde, Segurança, Educação, emprego e lazer”, que para Lúcio são “direitos próprios da cidadania”.      

Confira a avaliação de Lúcio Vieira sobre o Encontro

Os desafios do presente para o Brasil

Lúcio Vieira coordenou a primeira e mais ampla mesa de debates do encontro sobre o cenário econômico e social, saúde, meio ambiente, cultura e comunicação, temas que na opinião do presidente da ADUFRGS aprofundam elementos para a federação definir as estratégias de atuação. Os docentes debateram a atuação do PROIFES levando em conta a conjuntura de desmonte do Estado com ataques à Educação, Ciência, meio ambiente e cultura, a própria pandemia e a disputa de narrativas contra as fakes news. Uma das conclusões aponta que o PROIFES reforce a campanha de revogação da Emenda Constitucional 95, condição fundamental para superar a crise e recriar um estado de bem-estar social, e faça uma defesa intransigente do SUS.

As carreiras, os salários, as condições de trabalho docente e a retomada das atividades de ensino

A segunda mesa refletiu sobre a nova realidade da educação brasileira que passa por um ataque sistemático, em especial, às Universidades e Institutos Federais. Desde o início da pandemia, uma das principais preocupações do PROIFES e dos sindicatos federados é garantir os direitos dos docentes durante o ensino remoto emergencial e a segurança da comunidade acadêmica no retorno presencial. Para a diretora de Comunicação da ADUFRGS, Sônia Mara Ogiba, que participou da elaboração do texto do eixo 2, a garantia de direitos passa pela radicalidade da democracia na sociedade e nas IFES e pela defesa intransigente da autonomia das instituições de ensino,  uma vez que o governo Bolsonaro tem nomeado os últimos colocados nas consultas às instituições, como no caso da UFRGS. “A questão da autonomia é tão importante quanto a EC 95 porque ao nos retirarem a autonomia perdemos nosso espaço de luta e resistência nos nossos locais de trabalho, o que, inclusive, fere o princípio constitucional da gestão democrática nas instituições públicas de ensino, pontuou Sônia durante o Encontro.

Para Sônia, o Encontro foi um debate político “da maior importância com temas que abrangem os desafios do sindicato no mundo atual até temas mais específicos como educação, carreira, salários e a própria concepção do novo sindicato”, que segundo a professora, “traz uma riqueza da diversidade dos professores sindicalizados nacionalmente” porque foram “muitas sugestões e propostas de ação para enfrentar a conjuntura de desmonte”. Em síntese, concluiu, “nós avançamos no sentido de uma visão de sindicato que possa acolher e cuidar dos direitos adquiridos e novos direitos dos professores, que também são trabalhadores com uma função socialmente importante”.

Confira a avaliação de Sônia Ogiba

Os desafios da Ciência e Tecnologia nas IFEs e a ética na pesquisa

O ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera, abriu a terceira mesa, que, com o texto de referência, apontou um desafio novo para a Federação: como atrair para o debate político e a luta sindical os pesquisadores, os cientistas, os coordenadores de grupos de pesquisa? Além de debater caminhos de interação com as entidades e organismos da sociedade civil e dos governos para influenciar na definição de políticas públicas, de financiamento e de distribuição equânime de recursos sem privilegiar pesquisadores ou regiões.

A organização do movimento sindical e a expansão do PROIFES-Federação

O Eixo 4 foi coordenado pelo diretor da ADUFRGS, Eduardo Rolim, que apresentou os desafios da organização sindical no Brasil frente aos fortes ataques do governo Bolsonaro. Eduardo explicou que o texto foi construído com a participação de quase todos os sindicatos federados e “é uma tentativa de um resgate histórico, com propostas de ação política para o PROIFES e propostas mais efetivas sobre como deve se organizar o sindicato nos tempos modernos”. Os participantes refletiram sobre como redefinir as formas de luta nesta nova realidade e de que maneira o PROIFES pode expandir sua luta crescendo “com a radicalidade da democracia”.

Confira como foram os debates do Eixo 5 - O futuro das políticas de Direitos Humanos no Brasil.

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