Três dos seis secretários estudaram com o novo ministro. Um deles tem entre seus projetos de pesquisa discussões entre darwinismo e o criacionismo.
Texto: Revista Forum
Foto MEC divulgação
O colombiano Ricardo Vélez-Rodriguez , sem experiência em gestão e alçado ao cargo de ministro da Educação por Olavo de Carvalho, guru intelectual do clã Bolsonaro, nomeou ex-alunos de seus programas de filosofia na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) para três das seis secretarias da pasta. As informações são de Paulo Saldaña, na edição desta quinta-feira (3) da Folha de S.Paulo.
Orientado pelo ministro no mestrado e doutorado em ciência da religião entre 2007 e 2013, Marco Antônio Barroso Faria comandará a Seres (Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior) do MEC. Faria não tem experiência de gestão e é docente da Universidade do Estado de Minas Gerais. Tem entre seus projetos de pesquisa discussões entre darwinismo e o criacionismo.
A Setec (Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica) será ocupada por Alexandro Ferreira de Souza, doutor em filosofia e ex-aluno de Vélez. Também sem experiência em gestão, Souza é professor da rede pública do Espírito Santo.
Outro ex-aluno que chega ao MEC é Bernardo Goytacazes de Araújo, que comandará a nova secretaria de Modalidades Especializadas. Essa subpasta substituirá a atual Secadi (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão). A iniciativa foi uma manobra para eliminar as temáticas de direitos humanos e de educação étnico-raciais e a própria palavra diversidade.
Marxismo cultural
Em seu discurso de posse, Rodriguez disse que “é preciso combater o que se denominou de ideologia de gênero, com a destruição de valores culturais, da família, da igreja, da própria educação e da vida social”.
“Pautas nocivas não serão mais aceitas e vamos combater o marxismo cultural em instituições de educação básica e superior. O MEC não será um bazar de enriquecimento”, afirmou.