Segundo Ricardo Vélez Rodríguez, objetivo é envolver escolas municipais nessas iniciativas. Ele também disse que ensino público pago 'não é coisa de outro planeta'.
Texto e fotos: Guilherme Mazui e Luiz Felipe Barbiéri, G1
O novo ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, anunciou nesta terça-feira (1º) que a pasta terá uma subsecretaria que cuidará de "iniciativas civico-militares".
Ele anunciou a subscretaria ao ser questionado sobre a ideia de Bolsonaro de ampliar o número de colégios militares. Disse que a equipe do ministério já analisou o custo e que isso não exigirá "tanto" investimento.
"Estamos vendo. Vai haver no Ministério da Educação uma área de cuida disso. Vai haver uma subsecretaria que cuida disso, de iniciativas cívico-militares para colégios municipais que queiram participar", afirmou.
Segundo o novo ministro, as "crianças gostam" das escolas militares e há modelos nos quais escolas municipais pedem o apoio de colégios miliares, no que ele chama de ações cívico-militares.
"Os modelos que se desenvolveram em alguns lugares partem de colégios estabelecidos que pedem ajuda para a gestão civico-militar", disse.
"Os colégios militares no Brasil representam um modelo que dá certo, que tem disciplina, que tem bom desempenho nos índices de avaliação. Então, esse modelo de colégios civico-militares é bom", ressaltou.
Segundo Vélez Rodríguez, esse modelo "traz de benefício disciplina, a possibilidade de as crianças terem de uma orientação de educação para cidadania".
Para ele, não se trata de militarizar o ensino. "Não se trata de militarização, se trata de racionalização, aquelas escolinhas municipais que queiram participar de projeto", afirmou.
O novo ministro também falou sobre ensino público pago. Disse que não é "coisa de outro planeta" e citou como exemplo a Colômbia.
“Eu acho que está mal colocada a questão. A universidade pública já é paga pelos impostos que todas as pessoas pagam. E vocês sabem que quem paga imposto no Brasil é o trabalhador, sobretudo a classe média, é quem mais paga imposto."
Segundo ele, a cobrança "não seria uma coisa de outro planeta".
"Há modelos a serem considerados. Qualquer solução deve ser debatida democraticamente. No meu país de origem, na Colômbia, a universidade pública é paga. Como? Declaração de renda. Você não tem dinheiro, o governo te dá bolsa. Você é remediado, paga uma soma módica. Você é rico, paga. Esse é o modelo que impera nos EUA", declarou.
Ministro da Educação também falou sobre a suposta presença do marxismo na gestão de entidades de ensino, argumento também utilizado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro.
“Nós sabemos que há uma presença da ideologia marxista na gestão das entidades educacionais. A presença, o conceito, uma visão que vem do gramcismo. Conceito de guerra cultural. Isso não é bom. Acho que a escola deve ter uma gestão, pluralista e aberta como diz a Constituição. Tem de haver esse pluralismo. A Constituição é clara", afirmou.