“O Estado não pode se omitir com relação ao enfraquecimento dos vínculos familiares.Nós estamos vindo com essa proposta”, afirma.
Brasil 247
A polêmica em torno da declaração feita pela ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, que afirmou que menino deve vestir azul e menina rosa, nem esfriou e ela já se viu envolvida em outra celeuma. O alvo das declarações da ministra, desta vez, foi o Sistema de Seleção Unificada do Ministério da Educação (Sisu), que permite que estudantes utilizem a nota do Enem para ingressarem em universidades fora dos seus estados de origem. Para ela, isso enfraquece os "vínculos familiares".
"O menino lá do Rio Grande do Sul faz o Enem, ele passa no vestibular para medicina lá no Amapá, que é o grande sonho dele e da família. Esse menino é tirado do contexto. Às vezes tem apenas 16 anos. Será que nós não poderíamos estar começando a pensar em políticas públicas, que este menino ficasse um pouco mais próximo da família? 'Ah, mas em outros países acontece'. Mas nos outros países o papai tem dinheiro para ir lá na universidade visitar de vez em quando o filho", disse Damares em entrevista à Globonews, veiculada pelo Jornal Nacional, da Rede Globo.
"O Estado não pode se omitir com relação ao enfraquecimento dos vínculos familiares. Nós estamos vindo com essa proposta. Sem interferência do Estado, mas o Estado podendo proporcionar políticas públicas de fortalecimento dos vínculos. E se o governo Bolsonaro se propõe a fazer isso, eu acredito que ele está no caminho certo, porque os modelos anteriores não estavam dando muito certo", completou.
Questionado sobre o assunto, o Ministério da Educação informou apenas que "não cabe ao MEC comentar falas de ministros de outras pastas do governo". Em 2017, cerca de 31 mil estudantes de universidades federais de todo o país estudavam fora de seus estados de origem. O número corresponde a cerca de 10% do total de alunos matriculados nestas instituições de ensino.