Adusp realiza assembleia nesta quinta, 22, às 18h, na Sala dos Estudantes da Faculdade de Direito do Largo São Francisco
Fonte: CUT
Uma frente unitária reunindo professores do ensino fundamental ao superior e das redes pública e privada será constituída nesta quinta-feira, 22, às 18h, na Faculdade de Direito da USP, para enfrentar os ataques dos partidários da “Escola Sem Partido”, que vêm ameaçando docentes em todo o país.
O movimento liderado pela Associação de Docentes da USP (Adusp) pretende criar um comitê permanente que se reúna periodicamente e funcione como um anteparo contra os ataques desferidos contra professores que defendem uma educação crítica em sala de aula.
“Contra um ataque comum, uma frente unitária de defesa. Pretendemos reunir todos os ativistas da educação, entidades e movimentos sindicais e também quem está se organizando por escola, por região. Será uma reunião ampla”, explica o presidente da Adusp e professor de História da USP, Rodrigo Ricupero.
Ele conta que o principal objetivo da assembleia, que acontece na Sala dos Estudantes do Largo São Francisco, é unificar a resistência de todos os professores contra o banimento do pensamento crítico da sala de aula.
“Depois do resultado da eleição muita gente ficou com medo do que possa acontecer, mas a melhor forma de vencer isso é organizar a luta.”
Ricupero considera que os partidários da chamada Escola Sem Partido vão encontrar muita resistência para aprovarem o projeto. E cita o posicionamento do reitor da USP, Vahan Agopyan, que criticou o movimento que intimida professores liderado pela extrema-direita.
“O reitor da USP deu uma declaração contundente contra o ‘Escola Sem Partido’. Isso demonstra que o projeto vai ter dificuldade de prosperar.”
O presidente da Adusp não descarta, no entanto, que o projeto que estabelece a censura em sala de aula possa ser aprovado no Congresso.
“É possível que seja aprovado, mas creio que o STF (Supremo Tribunal Federal) possa colocar obstáculos. Mas independentemente disso, a luta real será travada em cada escola e faculdade, pois, com lei ou sem lei, a extrema-direita tem procurado atacar e perseguir nossos colegas. E não adianta vencer no Congresso ou no STF e perder na sala de aula. São frentes distintas da mesma luta”, ressalta.
E completa: “Penso que para além da disputa jurídica e da disputa de ideias, é preciso dar um combate político concreto. Cada ataque aos professores deve ser respondido com ações, saindo do mundo virtual.”
Para o presidente da Adusp, é possível reverter o momento desfavorável.
“Vamos virar esse jogo e derrotar o ‘Escola Sem Partido’. O governo Bolsonaro vai ser um desastre. As ideias e declarações dos futuros ministros têm causado constrangimento, inclusive, em setores da direita. A base de apoio dele vai se dividir em vários pedaços e a extrema-direita vai perder força”, conclui o docente.